segunda-feira, 5 de maio de 2014

A Eternidade - Arthur Rimbaud

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.

Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.

Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.

De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.

Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.

Um comentário:

  1. O xará me deixa loco.
    Ler A. Rimbaud é voltar à infância e caminhas pelas ruas tortuosas de meu pensamento, é lamber balas de mel e existir intensamente. Amo esse cara!

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