quarta-feira, 14 de maio de 2014

Corrida - Dagmar Desterro


O avanço do tempo corre a vida,
mas nesse tempo há pedras espalhadas,
pedras agudas, carnes esfarrapadas,
sangue jorrando de cada ferida.

o tempo açoita a vida noite e dia
e ele chora, tropeça, levanta e continua.
Só a esperança anima a travessia;
e a alma corre, descabelada e nua.

E a vida não tem tempo, ao tempo, em meio,
de ver o belo existente no caminho;
não perder na corrida é o seu anseio;
sua atenção conserva em desalinho.

No embrião da vida, no tempo, avanço.
Subidas e descidas - tantas conheço:
e na vertigem do correr me canso.
Procuro, em vão, meu horizonte do começo.

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