Vai-te na asa negra da desgraça,
pensamento de amor, sombra duma hora,
que abracei com delírio, vai-te embora,
como nuvem que o vento impele... e passa
Que arrojemos de nós quem mais se abraça,
com mais ânsia, à nossa alma! e quem devora
cessa alma o sangue, com que mais vigora,
como amigo comungue à mesma taça!
Que seja sonho apenas a esperança,
enquanto a dor eternamente assiste,
e só engane nunca a desventura!
Se em silêncio sofrer fora vingança!.
Envolve-te em ti mesma, ó alma triste,
talvez sem esperança haja ventura!
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