sábado, 17 de maio de 2014

Esfinge - Carmen Cinira

Suponho que, revendo o meu passado,
Tudo quanto queria realizei
Tenho a impressão feliz de haver libado
O gozo das conquistas que sonhei...

E como, com razão, diz o ditado:
— O amor é surdo a toda e qualquer lei —
De vários modos eu já tenho amado,
Quanto se pode amar na vida, amei...

Por que então é que em mim latente vive
A saudade de um bem que inda não tive?
Por que presa de uma ânsia eterna eu sou?

Se a minh′alma nem sabe o que procura?
Por que sinto este tédio, esta amargura
E o vácuo imenso de quem nunca amou?

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