sexta-feira, 9 de maio de 2014

Lágrima das rosas - Antônio Feliciano de Castilho

Se é lícita uma lágrima nas rosas,
 com que, ó noite de Abril, nos ris coroada,
dos mártires da Pátria libertada
uma lágrima às sombras generosas!
 
Seus sepulcros dão palmas gloriosas;
 heróis herdaram sua nobre espada;
e hecatombe de tigres lhe é votada
de dia a dia às cinzas sequiosas.
 
Mas no Elysio onde estão, hoje pensando
 que um dia mais que o céu por Lysia passa,
 saudoso se reúne o egrégio bando.
 
Murmuram longo viva à jovem Graça,
e involuntária lágrima escapando
do néctar entre as mãos lhes turva a taça.

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