quinta-feira, 8 de maio de 2014

Poema - Joel Silveira

Porque não há trégua na quotidiana amargura,
os versos nascem todos desgraçados
e possivelmente maus.

Os caminhos estão gastos,
as mulheres se repetem
e é ridículo dar amor a alguém
que amanhã estará murcho
e que jamais devolverá nossas cartas.

Para as horas, tão inúteis,
vale apenas a solução dos bêbados.

Onde estão os perigos desta vida?

Quero-os todos para mim, aqui ou longe,
a eles o melhor estilo e o melhor entusiasmo.

E que sobre eles o amor e a alegria se debrucem
como rosas abertas num campo minado.

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