terça-feira, 13 de maio de 2014

Quando o Grão Lume surge do Oriente... - Vittoria Colonna

Quando o Grão Lume surge do Oriente 
e o negro manto desta noite afasta,
 quando na terra o gelo se desgasta, 
dissolvido ao calor de um raio ardente,
 
  a minha dor, que o sono suavemente
anestesiara, acorda mais nefasta.
E, quando aos outros o prazer se gasta,
é que revive o meu, mais docemente.
 
Assim me impele uma inimiga sorte:
procuro a escuridão, fugindo à luz, 
odeio a vida, desejando a morte.
 
O que ensombra outro olhar no meu reluz.
Se fecho os olhos, abre-se, num corte,
a dor profunda que a meu sol conduz.

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