sábado, 10 de maio de 2014

Selvagem - Tomaz Jorge Vieira da Cruz

Ninguém, ninguém, ninguém me queira mais;
podem trazer-me tudo quanto existe:
as pérolas de Ofir e as irreais
ilusões que contentam quem é triste.

Podem trazer-me, em doidos vendavais,
a luz da felicidade que sentiste,
mulher ditosa que em cortejo vais
seguida de quem ama de quem riste.

Podem passar, ó loucas multidões
que eu bem o sinto, em tétrica miragem,
o labirinto em vossos corações...

Podeis passar, ó luz do sol fecundo,
porque eu não troco o amor desta selvagem
por todas as grandezas deste mundo!

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