segunda-feira, 12 de maio de 2014

Soneto - Edmund Spenser

Sobre a areia escrevi seu nome um dia
mas o mar o levou; a mesma empresa
volto a tentar, insisto - todavia
as ondas tudo apagam com presteza.

E ela me disse: tudo é vão e passa.
Nunca eternizarás o que é mortal.
E eu passarei também, tal como a escassa
pegada de meu nome, desigual.

Não! protestei. - Só o vil é que perece!
Tu sobreviverás, nem tudo some.
Em teu louvor meu verso se engrandece

e em altos céus há de gravar teu nome.
E na terra, até a morte, em sonho e lida,
viverá nosso amor com a nossa vida.

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