sexta-feira, 9 de maio de 2014

Soneto IX - Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage

Arreitada donzela em fofo leito
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachocho estreito:

De louro pelo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branda crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:

A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrando:

Como é ainda boçal perde os sentidos;
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.

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