terça-feira, 27 de maio de 2014

Soneto - Junqueira Freire


Arda de raiva contra mim a intriga,
 Morra de dor a inveja insaciável;
 Destile seu veneno detestável
 A vil calúnia, pérfida inimiga.

Una-se todo, em traiçoeira liga,
 Contra mim só, o mundo miserável.
 Alimente por mim ódio entranhável
 O coração da terra que me abriga.

Sei rir-me da vaidade dos humanos;
 Sei desprezar um nome não preciso;
 Sei insultar uns cálculos insanos.

Durmo feliz sobre o suave riso
 De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
 E o mais que os homens são, desprezo e piso.

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