sábado, 12 de julho de 2014

Águas sem rumos – Augusto Estellita Lins

Festeiros trêfegos,
a solidão não os decreta
solidários, os poetas ascetas
essa tribo que não renego.

Falam de tristeza,
de cinza das horas,
como mártires, embora
confraternizem em volta da mesa.

Em toda confraria há brumas
de um laço cheio de mistérios
em cujas águas sem rumos
Li Tai Po seduziu a lua, ébrio.

Sabe, poeta, que o mito
é o maná deserto
e a poesia tão perto
não se esconde no infinito.

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