terça-feira, 22 de julho de 2014

Leda e o cisne - Rodrigo Petrônio

Em cortinas de luz que o Sol refrata,
pousado o bico em colo de safira,
íntima só da lâmina de prata
que ao cair mata o que no ser respira

e tinge de sangue o abismo que acata
a doce faca que ao matar suspira,
como um castelo, límpida e exata,
nega-se a quem insidioso a aspira.

Revolve as asas de estrutura bela
no ar que é a asa pura de uma Ave ausente,
pende volátil e finalmente sela

com o arpão vivo que lhe orna a frente
o pacto que aos dois enfim anela:
o muro esvai-se em pétalas
........................................gemente.

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