terça-feira, 29 de julho de 2014

Vesperal - Carlyle Martins

No silêncio da tarde ansiosa que esmorece,
Aos lampejos do sol, que no ocaso declina,
Penso que aos céus se eleva o surto de uma prece,
Entre espirais de luz violácea e purpurina.

Verdeja muito ao longe a luxuriante  messe,
Que encanta os corações e o espírito domina.
Do açude, como espelho ideal que resplandece,
Ouço o lento rumor das águas em surdina.

Aproxima-se a noite, ensombrado o horizonte,
Vislumbra-se o perfil azulado de um monte,
De sombras um cortejo envolve a imensidade.

Hora de indecisão, de torpor, de agonia,
Em que existe inquietude, ante a morte do dia,
E espalha-se por tudo a névoa da saudade.

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