sábado, 23 de agosto de 2014

A Biblioteca - Maurice Rollinat

(Trad. de Álvaro Reis)
 
Sombria, ela evocava esses bosques incultos; 
treze lampiões de ferro oblongos e ancestrais, 
sobre livros, ao pó do tempo, e à sombra ocultos, 
lançavam dia e noite uns clarões sepulcrais...
 
Sempre eu tremia quando entrava os seus umbrais;
- e entre sombras me via, e entre roucos singultos,
diante treze senis poltronas espectrais,
e sob o austero olhar de treze grandes vultos.
 
Um dia, à meia-noite, eu, de uma das janelas 
olhava, a aparecer e a desaparecer,
o duende que se esgueira e salta pelas vielas...
 
quando se me gelou de súbito a razão... 
Treze vezes ouvi o relógio bater
 no silêncio feral do maldito salão!


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