sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Anestésicos – Rafael Rocha


Tenho amigos a pensar que me são gratos
Ao dardejarem setas só por sentirem-se amigos
Desacreditando dos verdadeiros fatos
Oferecidos pela minha voz, corpo, mente e alma.
Pintam em suas paredes
As lindas paisagens de outros pensamentos.
Não querem saber verdades nem atos
Quando julgam meus atuais momentos.

Ao que me parece tais amigos fazem de meus tropeços
O alimento único da verdade de suas plateias
Aglutinam falas defensoras como porta-vozes
Do sangue comum corrente em suas veias.
(Sabendo serem vulgares as ideias
E desconexas e incoerentes essas poses)
Como pensar tais amigos como indefesos
Se aparecem como animais ferozes?

Abram alas ao pão de cada dia das suas famílias!
É melhor acreditar no arroz e no feijão dos filhos!
Mulher, não se esqueça do sal nem do açúcar!
Existem amigos graciosos. (Isso é fato!)
Donos de ideias próprias e de juizados
Muito acima daquilo do que convém a maltrapilhos!
(Abre alas, ó poeta, a hora é dos ingratos!
Tens de andar bem direitinho nos trilhos!)

Tenho inimigos que me são ingratos
Apenas pelo meu dizer: - Jamais seremos nós!
Acreditam nos fados dos mais errôneos fatos
E cagam em suas cuecas e em suas calças
As merdas a fazê-los simples cães solitários
Nas paisagens dos seus gestos vários.
São tão imbecis como os neurônios desmiolados
De seus cristãos calvários.

Ao que me parece tais inimigos são os céticos
Donos da idiotice e de cérebros parvos
Aglutinam falas em ataques sem argumento
Como sendo donos do pedaço e eu o escravo
De seus ideais imbecis e patéticos.
Ofereço um brinde a todos eles neste momento
Mas tais seres desse tempo: - Não os salvo!
Eu os vejo iguais aos amnésicos!

Uns e outros são espaços drogados por anestésicos!

Um comentário:

  1. Um poema em que o amigo diz muito para a compreensão
    dos que o lerem. Infelizmente na vida, há muita gente
    amnésica, quando lhes convém.
    Gostei deste seu alerta.
    Um abraço
    Irene Alves

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