terça-feira, 14 de outubro de 2014

Soneto de retorno - Vicente Bastos

Finda bacanal e de todo aquele fausto,
Vi melhor seria aquele autodegredo.
Exilado, exposto, expiado, exausto,
Dissipador...Ora, retorno em segredo.

Em segredo lhe retorno. E como Fausto,
Revelo culpas, o Ideal e me retrocedo,
Para fim de tarde, fugir ao holocausto.
E lado a lado, face a face, em folguedo,

A sós, nós dois, Rio de minha vida,
Sorriso a aberto céu...lua nascente....
Tarde, areia, rio: velha amizade revivida...

A margear o já delgado curso vou silente.
E já sem fausto, e sem Baco, e sem guarida...
Nós e o viço extremo rumo ao sol poente.

Um comentário: