segunda-feira, 13 de julho de 2015

INDEPENDÊNCIA – Jorge de Sena

Recuso-me a aceitar o que me derem. 
Recuso-me às verdades acabadas; 
recuso-me, também, às que tiverem 
pousadas no sem-fim as sete espadas. 

Recuso-me às espadas que não ferem 
e às que ferem por não serem dadas. 
Recuso-me aos eus-próprios que vierem 
e às almas que já foram conquistadas. 

Recuso-me a estar lúcido ou comprado 
e a estar sozinho ou estar acompanhado. 
Recuso-me a morrer. Recuso a vida. 

Recuso-me à inocência e ao pecado 
como a ser livre ou ser predestinado. 
Recuso tudo, ó Terra dividida!

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