terça-feira, 18 de agosto de 2015

A PRIMEIRA LÁGRIMA – Luiz Delfino

Quando a primeira lágrima caindo,
Pisou a face da mulher primeira,
O rosto dela assim ficou tão lindo
E Adão beijou-a de uma tal maneira,

 Que anjos e tronos pelo espaço infindo
Qual rompe a catadupa prisioneira,
As seis asas de azul e d’ouro abrindo,
Fugiram numa esplêndida carreira.

Alguns, pousando à próxima montanha
Queriam ver de perto os condenados
Da dor fazendo uma alegria estranha

E ante o rumor dos ósculos dobrados,,
Todos queriam punição tamanha,
Ansiosos, mudos, trêmulos, pasmados...

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