sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

POEMA DO APELO – Gláucia Lemos

Eu sei que à insônia desta noite
bem poderias vir.
A tua febre aqueceria o mundo.
Da minha febre renasceria a vida.

... e me olhas com este olhar atento
que não sei se não me quer ou não me entende.

Eu sei que esvaziarias este apelo
e que eu te guardaria como um feto
e plenificarias meu vazio.

...mas me olhas com este olhar estranho
que eu não sei se me entende e não me quer...

Eu sei que é como quem beija, que me calo.
E poderíamos arder no mesmo gozo
para morrer depois no mesmo sono.

...mas me olhas com este olhar profano
que eu não sei se não me entende, ou se me espera.

Eu sei. Mas sei que não vale saber.
Se continuas com este olhar estranho
que eu não entendo. Mesmo assim te espero.

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