quarta-feira, 30 de março de 2016

SONETO À ROSA DA MANHÃ NASCENTE – Francisco Valois

Da fuligem do tempo entardecido,
emerge a rosa da manhã nascente:
- plenilúnio de agosto acontecido
vogante pelo espaço opalescente.

No canteiro do olhar anoitecido,
- fonte de orvalho puro e permanente -
opaliza-se a rosa e, renascido
o tempo, um novo mundo se pressente:

(dissimulado, o sol poreja sangue
e, no pálio do céu, a lua exangue
vela a noite da infância adolescida)

- é que a rosa de cor avermelhada
transfigurou-se em flor purificada
nascente na manhã azulecida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário