sexta-feira, 29 de abril de 2016

A JANELA REFLETIDA – Juliano Cazarré

Cerrada no vento e no inverno,
Mas nos verões sempre aberta.
Grande e arejada em tempos de paz,
Pequena e sufocante na guerra.

Mudou conforme mudou o homem
Através dos tempos e da terra.
Se hoje está no céu, nos aviões,
Já esteve no mar, nas caravelas.

Palavra no feminino, como as fendas,
Que se realizam quando se abrem,
E nada são quando se fecham.

Palavra também no felino,
Como as felinas pupilas do gato:
Quanto menos luz, mais abertas.

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