segunda-feira, 30 de maio de 2016

HORA RUBRA - Bartira Soares

Pelas copas das árvores o sol
arrasta-se minguante para os caminhos
do oeste. Súbito um pássaro de asas
atrevidas fende o fio do tempo
e cai vertiginoso no íntimo da tarde .
Recolho em mim os escombros
dessa hora rubra e deixo que a agonia
dessa paisagem talhe em minha face
um rio e um ricto de sinuosas revelações.

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