quarta-feira, 15 de junho de 2016

TEMPO E CASUALIDADE – Edson Guedes de Morais

Nenhum deus me fez ou sabe.
Houve um gesto; depois,
a involuntária duração do gesto
como um punhado de areia
que se atira para o alto.
O fato é não podermos ver,
a cavaleiro, nossos próprios passos,
esquecermos depressa a semeada
e este germinar à nossa frente.
Muito antes de mim, depois,
a folha, o vento e o movimento
da folha sobre a estrada pelo vento.

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