terça-feira, 30 de agosto de 2016

A DAMA E OS VAGABUNDOS - Gilvandro Filho

Vi uma mulher sozinha
Contra um pelotão inteiro
De velhacos traiçoeiros
Armados em plena rinha
Com sangue a escorrer na boca
E tão falsos argumentos
E a moça, sem fingimento
A combater, firme e rouca

Compunha o triste tropel
Só gente de muita astúcia
Um honesto só no papel
Um relator de pelúcia
Outro, senhor de escravos
E os que roubam na surdina
Qual entidades divinas
Fingindo até serem bravos

Durante o dia e a noite
Canalhas empedernidos
Em seu inferno escondidos
Saindo só para o açoite
E a moça forte, valente
A suportar cada lanho
Blefe de todo tamanho
Com coragem, paciente

O mau perdedor fingindo
Lobo em pele de cordeiro
Afronta o País inteiro
Sabendo que está mentindo
E vindo da Paraíba
Mais sujo que um poleiro
Caninos de dolo inteiro
Vociferou, caraíba

E o que dizer dos traidores
Que mentiam ser amigos
Que foram buscar abrigos
E hoje, tão maus atores
Sem coragem, os gabolas
Ao fugir do téte a téte
Covardes, jogam confete
Nos novos donos da bola

De nada adiantaria
Por si, qualquer argumento
Porque em nenhum momento
Qualquer dos fatos valia
Jogo de cartas marcadas
Encenação de teatro
Um discurso, três ou quatro
Meras palavras ditadas

E a mulher qual heroína
Foi até o fim da peça
No drama, a dor começa
Com a História a dor termina
Pois quem age com paixão
Tem no fim a sua glória
E quem age contra a História...
No fim vai pedir perdão

Um comentário:

  1. Penso que este poema tem a ver com a situação
    da destituição de Dilma. Realmente coisas
    incríveis se estão passando no Brasil, que muito lamento.
    Os meus cordiais cumprimentos.
    Irene Alves

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