segunda-feira, 23 de abril de 2018

INCONSTANTE – Gabriel Nogueira Maia

O tempo está inconstante
como coração de mulher:
chove e me abrigo no carro,
racha o sol e não posso ir a pé.

Nessas horas sofre o pagão,
mais vale a quem tem fé.
Minha fé não tem regras,
regras são coisa de mulher.

A mulher sangre, é certo,
exceto quando fora da idade.
Um dia foi muito cedo,
amanhã será muito tarde.

Então dê asas ao desejo,
enquanto ele ainda lhe arde.
Espraie-se até os herdeiros,
deixe heranças sem calcular-se.

O cálculo atrapalha a vida,
que já mal se filtra,
se ele é renal.

Repito-me:
não fique mola encolhida,
só lhe pode fazer mal.
“hoje eu sei:
Só a mudança é permanente”,
não tem como pensar diferente!

(E ponto final.)

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