quarta-feira, 2 de maio de 2018

NEGRO ADEUS – Vitoriano Palhares

Adeus ! Já nada tenho que dizer-te,
Minhas horas finais trêmulas correm.
Dá-me o último riso, pra que eu possa
Morrer cantando, como as aves morrem.

Ai daquele que fez do amor seu mundo!
Nem deuses nem demônios o socorrem.
Dá-me o último olhar, para que eu possa
Morrer sorrindo, como os anjos morrem.

Foste a serpente, e eu, vil, ainda te adoro !
Que vertigens  meu cérebro percorrem !
Mente a última vez, para que eu possa
Morrer sonhando, como os doidos morrem.

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