terça-feira, 3 de julho de 2018

MEDIDA – Aglacy Mary

Que tanto é um homem
Se me cabe nas mãos
No rigor e na leveza da palavra?
Se cabe no minuto do meu pensar
E na eternidade da minha dor?
Que tanto é um homem
Se me basta um meneio
Para percorrer seu corpo
E uma lágrima
Para penetrar as veredas de sua alma?
Que tanto é um homem
Se meu olhar vence a fronteira
Desverticaliza a cerca da diferença
E confunde sua certeza?
Que tanto é um homem
Se arde meu sangue em suas correntes
Carcereiras do discurso de sua memória?
Que tanto é um homem
Se de sua covardia
Faço as janelas que saem meu desejo?
Que tanto é
Que o meço assim
Em versos tão poucos?

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