domingo, 8 de julho de 2018

PÁSSARO PRESO – Márcia de Queiroz

Pobre pássaro preso na gaiola,
só eu te compreendo a desventura,
pois como tu minha alma se estiola
noutra prisão também estreita e escura.

Dão-te conforto que te não consola,
pensam que exprime, o canto teu, ventura.
Mas, bem o sei, quanto tristor evola
do teu viver, alada criatura.

É que o meu ser como o teu ser, imerso,
vive, na imensa angústia de querer
conquistar as lonjuras do universo.

Se nos tolhe o destino a liberdade,
onde buscar o encanto de viver,
onde achar, pássaro, felicidade?

Nenhum comentário:

Postar um comentário