quinta-feira, 11 de outubro de 2018

QUANDO VIERES VER UM BANZO COR DE FOGO - Nina Rizzi

talvez a sida ou peste já nos tenha a todos
afetado a pele a não mais luzir o suor dos lombos
os olhos sejam o quê de duas coisas verdes.

também eu estalo e não terei estado em penedo
e faço sacrilégios pra que daqui a lá já não te deva
aqueles quase dois mil euros.

toda carne então é só essa coisa de meter
ternura. e os bocadinhos de lembrança
do lume à cera. vigília e nada.

quando vieres ver um banzo cor de fogo
oxalá não se enrugue esse couro que de tão velho
já não será tambor. oxalá cresçam pitangas, poemas.

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