segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

XADREZ – Jorge Luiz Borges

Em seu grave rincão, dois jogadores
regem peças, sem pausa. O tabuleiro
os prende até a aurora no certeiro
âmbito em que se odeiam duas cores.

Dentro irradiam mágicos rigores.
As formas: torre homérica, ligeiro
cavalo, audaz rainha, rei guerreiro,
bispo oblíquo e peões ameaçadores.

Quando os rivais já se tiverem ido,
quando o tempo os houver já consumido,
por certo não terá cessado o rito.

O Oriente é a origem dessa guerra
cujo anfiteatro é hoje toda a terra.
Como o outro, este jogo é infinito.

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