quarta-feira, 8 de março de 2023

PARA TRÁS – Xavier de Carvalho

 Quando um dia eu parti da alegre Ermida
Das minhas puras ilusões da Infância,
Essa alma toda a transpirar fragrância
Nem pressentiu os transes da partida...

Andei... Um dia, a estremecer com ânsia,
Pondo os olhos na estrada percorrida,
Vi meus Sonhos caindo de vencida
Apagados nas brumas da distância...

E eu quis ir para trás, num doudo assomo...
Oh! mas toda a extensão da estrada incalma
Vi-a entulhadas por montões de escombros...

— Queres voltar, meu coração, mas como?
Se tens tantos Vesúvios, dentro d´alma
E um milhão de Termópilas nos ombros?

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