Sobre o largo portal
do castelo onde mora
Meu grande coração de
escritor insubmisso,
Inundada na luz de um
resplendor de aurora,
Há uma lira de Rei
feita de ouro maciço.
Ao meu trono
enfrentar, trono de ouro inteiriço,
Curvam-se as
vibrações da Palavra Sonora...
-E, embora seja o
aplauso obrigado e postiço,
As mãos de muitos
reis batem-me palma, embora!
Um soneto ao fazer,
cheio de versos lautos,
Partem do meu palácio
uma porção de arautos,
Lembrando o meu poder
pela voz de cem trompas!
E os vendilhões,
então, do amplo templo do Metro
Fogem em debandada ao
fulgor de meu cetro
Feridos pelo Estilo e
embriagados de Pompas!
(De Carvalho, I.
Xavier. Missas
Negras. Manaus:
Livraria Universal de
M. Silva & C. 21, 1902. p.05-40.)
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