No dia em que o
fogo queimou as plantas.
No dia em que a
água dançou no ar.
No dia em que a
terra gritou pelo vento:
- Nasceu um poeta!
Tornou-se o dia de
embelezamento das palavras.
Tornou-se o dia
de abrir todos os livros.
Tornou-se o dia
de enfeitar a atmosfera
com uma canção
incomum.
O acaso trouxe o
sangue à esfera
de um cérebro
vivo e rutilante.
E as horas e os
minutos e os segundos fizeram a reverência
igual àquela que
se faz a um rei.
Às catorze horas
de um sábado
hoje mais remoto
que o primeiro sábado da idade da pedra
a carne se fez em
paixão e inteligência
em plena tarde.
No dia em que o
vento girava pela terra.
No dia em que o
ar musicava as águas.
No dia em que as
plantas apagavam o fogo
a vida tornava-se
poema.
Era apenas o
primeiro dia de outubro
tão comum como
qualquer outro dia.
Era o meu!
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