segunda-feira, 7 de setembro de 2015

SONETO SEXTO DA INFÂNCIA – Farias de Carvalho

A PRIMEIRA NAMORADA

Como pássaros brancos que voltassem
de uma estranha região de coisas mortas,
as tuas mãos, Teresa, em meus cabelos
vieram ninhar saudades esquecidas.

Deixa eu tê-las nas minhas. Vamos juntos
passear velhos domingos de outros tempos,
fazer a turma toda roer de inveja
quando eu passar contigo pela praça.

Repetiremos tudo novamente:
- eu, orgulhoso, comprarei sorvetes
com os dez mil réis contados da semana;

ficaremos depois no velho banco
sem dizer nada, nossas sombras juntas
como duas saudades que se achassem!

Um comentário:

  1. gostei muito deste poema: como duas saudades que se
    achassem! Muito bom.
    Abraço amigo
    Irene Alves

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