Quando
a tarde desceu ao pântano da noite
Trazendo
um manto de piscares de estrelas
Um
verso tentava nascer numa explosão
Entre
galáxias, luas e cometas
Sentindo
a saudade mais que desvairada
De
tempos que não mais lhes são.
O
poeta acreditava na verdade de outros mundos
Tentando
desgrudar de si pensamentos maus
Na
sutileza de buscar o orgasmo antigo
Da
primeira fêmea onde fez o sangue patinar.
Resta
a pergunta: o que será que ele fez
Para
merecer tão insana saudade/dor?
Tinha
um relógio na estação dos trens antigos
A
marcar as horas da espera pela mulher
Fosse
namorada, fosse amante, fosse puta.
Hoje
os trens antigos não andam pelos trilhos
E
não se pode ser mais alegre no pairar da tarde
Nem
se caçar as tanajuras no amainar da chuva.
A
verdade da imbecilidade ganha as ruas.
Homens
se ajoelham e rogam pela vida eterna
Aos
santos e deuses fabricados por eles mesmos.
E
nesses altares dourados dos deuses da mentira
O
poeta sabe que os trilhos de seus versos seguirão
Imensos
e vivos no trem da eternidade!
Um poema muito actual. Gostei imenso.
ResponderExcluirAmigo vou colocar no meu blogue
http://sinfoniaesol.wordpress.com
Um abraço
Irene Alves