terça-feira, 17 de março de 2015

A LUA NOVA – Manoel Azevedo da Silveira Neto



No silêncio da cor - treva silente -
abriu-se a noite mádida e sombria,
logo que o Sol, rezando: Ave Maria...
fechou no Ocaso as portas de oiro ardente.
 
  A terra, a mata, o rio, a penedia,
tudo se fora pela treva e, rente
ao céu, ficou a lua nova algente,
como um sonho esquecido pelo dia.
 
  Ela assim foi: morreu; desde esse instante,
pálido e frio, como a lua nova,
 ficou-me entre as saudades seu semblante.
 
  Mas, ouve: quanto mais doída cresce
 a noite que me vem da sua cova, 
mais branca e inda mais fria ela aparece.

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