Do livro “Poemas Escolhidos”
Sou o estranho homem da madrugada
Viandante do silêncio cósmico noturnal
Como se a buscar partilhar a solidão
Em ondas de estrelas fugitivas e sombrias
O poema é escrito como uma companhia
A esse estranho homem da solidão
A qual ninguém deseja compartilhar
Ana, Carmem, Beatriz, Patrícia e Maria
Deram andanças vãs no cosmos infinito
Nas camas e nos postes sem luzes das ruas
E nem sequer puderam compartilhar a solidão
Falaram da existência de estrelas quentes
Dentro do frio silêncio cósmico da madrugada
Quando Nosferatu inicia sua jornada de sangue
O estranho homem esqueceu os nomes dos antigos
A se embebedarem consigo nas mesas dos bares
Como em busca de partilhar a vida vazia
Em espumas e em fumaças de cigarros baratos
Continua em trâmite de compartilhamento
Dentro dessa solidão do nada de onde veio
E
para onde vai sem vontade de ir.
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