terça-feira, 2 de maio de 2017

ABUTRES - Rafael Rocha

Do livro “Poemas Escolhidos”

Não farei mais discursos falando de saudades
muito menos com lágrimas para marcar a dor.
O instante de agora não comporta essa ilusão
ou qualquer canção falando de amor.
Meus versos estão vestindo roupas cruéis
e perdendo os motivos de serem singelos.
Não mais farei discursos que façam chorar
falando de saudades e de lugares comuns.

Hoje os dias marcam descontroles e maldições.
e até os ares espaciais estão vazios e infelizes.
Abutres alçam voos em busca de suas presas
e os assassinos matam até os animais dos oceanos.
Meus versos agora vestem roupagem de aço
para tentar viajar no mundo dentro da realidade.
Não mais farei discursos que façam chorar
falando de lugares comuns e de saudades.

Tempus fugit!
A espécie humana tornou-se vulgar
agindo em total e monstruosa barbárie.
Os abutres vêm em mergulhos pelos ares
e os inocentes serão as suas primeiras vítimas.

Um comentário:

  1. Um poema muito atual.
    Os abutres estão por todo o lado.
    Os meus cumprimentos.
    Irene Alves

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