Eu tinha então sete anos e queria ir
sozinha na minha primeira vez na escola.
Mas mamãe zelosa tinha medo de deixar
e vivia a falar: espere crescer mais um pouco...
O problema é que eu nunca crescia.
E era um tempo que eu nem sabia
o que eram problemas de segurança...
Estupros, drogas, maldade? Nem nunca ouvira falar!
O reino de nosso quintal só tinha fadas e anjos
pra com a gente subir na goiabeira e no abacateiro.
A gente dava “bom dia” a carteiros, de cabeça para baixo
pendurados que estávamos num galho qualquer...
Mas eu insistia, que um dia conseguiria
andar sozinha, os mais ou menos três quilômetros
entre minha casa e a escola... Lugar que ia todo dia!
Passei a maior parte da minha vida nas escolas.
Um dia ela arrumou meus cachinhos
assim como está na foto:
em duas pencas amarradas com laços de fita.
Era sempre assim: eram cachos ou trancinhas...
Neste dia, enfim, ela disse que eu poderia ir só:
mas avisou "cuidado no caminho...
E veja se a cancela do trem está aberta,
pra você atravessar". Então entendi: o perigo era o trem!
E hoje nem trem mais tem...
Anos depois, já adulta, eu soube que ela
fora atrás, se escondendo atrás de carros,
muros e postes, qualquer coisa,
prá saber se nada mal estava me acontecendo...
Sucesso total cheguei sã e salva à escola!
E eu emocionei-me quando ela contou essa história...
Por que será que hoje, as crianças se perdem
em caminhos, que nem de escola são?
Não culpo as mães, não é fácil hoje dizer “não”.
Mas onde estamos nos escondendo?!...
Enquanto isto o mal se esparrama, mais veloz
do que trens, às claras pelos caminhos...
sozinha na minha primeira vez na escola.
Mas mamãe zelosa tinha medo de deixar
e vivia a falar: espere crescer mais um pouco...
O problema é que eu nunca crescia.
E era um tempo que eu nem sabia
o que eram problemas de segurança...
Estupros, drogas, maldade? Nem nunca ouvira falar!
O reino de nosso quintal só tinha fadas e anjos
pra com a gente subir na goiabeira e no abacateiro.
A gente dava “bom dia” a carteiros, de cabeça para baixo
pendurados que estávamos num galho qualquer...
Mas eu insistia, que um dia conseguiria
andar sozinha, os mais ou menos três quilômetros
entre minha casa e a escola... Lugar que ia todo dia!
Passei a maior parte da minha vida nas escolas.
Um dia ela arrumou meus cachinhos
assim como está na foto:
em duas pencas amarradas com laços de fita.
Era sempre assim: eram cachos ou trancinhas...
Neste dia, enfim, ela disse que eu poderia ir só:
mas avisou "cuidado no caminho...
E veja se a cancela do trem está aberta,
pra você atravessar". Então entendi: o perigo era o trem!
E hoje nem trem mais tem...
Anos depois, já adulta, eu soube que ela
fora atrás, se escondendo atrás de carros,
muros e postes, qualquer coisa,
prá saber se nada mal estava me acontecendo...
Sucesso total cheguei sã e salva à escola!
E eu emocionei-me quando ela contou essa história...
Por que será que hoje, as crianças se perdem
em caminhos, que nem de escola são?
Não culpo as mães, não é fácil hoje dizer “não”.
Mas onde estamos nos escondendo?!...
Enquanto isto o mal se esparrama, mais veloz
do que trens, às claras pelos caminhos...
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