sábado, 23 de agosto de 2014

A Giovana - Guido Cavalcanti

(Trad. de Martins Napoleão)
 
Se eu peço a esta mulher que piedade 
não seja avessa ao coração gentil,
 dizes que sou desconhecido e vil, 
desesperado e cheio de vaidade.  

De onde te vem tão nova crueldade, 
se a quem te vê não mostras ser hostil,
mas sensata e cortês, sábia e sutil, 
e feita a modo de suavidade?
 
Minh'alma tímida e dolente chora
 nos suspiros que estão no peito e, assim, 
embebidos de lágrimas, vêm fora.
 
Parece então que um vulto de mulher 
pensativa se curva dentro em mim 
só para ver meu coração morrer.

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