Um dia percebemos
que as amadas se evaporam
no ar como se nunca tivessem existido.
Sombras de
pássaros na água
elas emigram para lugares distantes
ou talvez para alguma estrela
dessas que flamejam nos trapézios do céu.
As amadas passam como o vento
são inconstantes como as brisas que derrubam
as folhas mortas de um pomar.
Semelhantes a esses gatos de pelúcia
que nos arranham com seus bigodes de mercúrio
e vão-se lambuzar no pires de leite.
As amadas, quando vão embora,
deixam apenas a memória do perfume
como um punhal cravado em nosso peito.
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