Subir as montanhas
para contemplar
A natureza, o mundo e
o próprio ser
Contemplar sem a
frágil razão
Observar a vida
pulsando nas cidades
Tentar decifrar o
próprio mistério da vida
Sua insanidade e
destinos da desrazão
Descerrar os véus da
intocável hipocrisia
Existirá alguma
verdade sólida e de luz
No meio de tanta sede
de poder e ilusão?
É possível conceber
alguma filosofia
Ou não precisamos
dela, pois no fundo
Tudo é nada mesmo e um
grande vazio?
E o que fazer com a
nossa existência?
Qual o sentido de
pensar o ser?
Quando o eterno é a
morte e o desvario
Talvez Omar Khayyan
esteja certo
O melhor mesmo é beber
vinho
Com belas mulheres ao
seu redor
Sugar a essência da
beleza da flor
Enriquecer-se com os
jardins da poesia
Vendo o sol
dando luz, vida e frescor
Pois nada
mais importa, tudo é loucura
Perda de tempo com o
efêmero
Vale mais o sonho, eis
a verdade
A única verdade sobre
a terra
Pois nela os homens só
fazem guerra
Deixando rios de
sangue e crueldade
Façamos silêncio a
ouvir os pássaros
A sentir a amplidão do
singelo amor
Nada buscar só o som do
universo
Sorver a cerveja como
dádiva noturna
Apreciar os seios de
uma bela ninfeta
Com o olhar de um
poeta ao fazer um verso
Talvez Omar Khayyan
tenha mais verdade
Nenhuma filosofia
salvou os homens
Nenhum deus resolveu a
dor e o drama
Nada. Não sabemos nada
de nada
Os cientistas só
arrotam arrogância
Os homens do tempo só
fazem melodrama
Rubaiyat para todos os
pretensos sábios
Reconheçamos a nossa
ignorância
Bebamos com Khayyan o
vinho dessa trama
Sob a sombra de uma
frondosa árvore
Sem medo da morte. Ela
é inevitável
Bebamos à vida, ao
amor, o resto é lama.
Gostei muito deste seu poema.
ResponderExcluirOs meus cumprimentos.
Irene Alves