segunda-feira, 9 de junho de 2014

Cidade dos meus amores - Clotilde Tavares

Onde a brisa do Sudeste
Enche o espaço de perfume
E as ondas no oceano
Gemem em suave queixume
Onde o mar muda de cor
E os coqueiros em esplendor
Com suas palmas farfalhantes
Aplaudindo o arrebol
Saudando o nascer do sol
Olhando os mares distantes.

As jangadas sobre o mar
E as gaivotas sob o céu
E a luz do sol radiante
Dourando o ar com seu véu
No Cabo Branco o alcantil
Ponto extremo do Brasil
Ponta Seixas é o roteiro
É beleza a toda hora
Sentinela da aurora
Onde o Sol nasce primeiro...

Manaíra e Tambaú
Enseadas dos encantos
Nesta terra tudo é riso
Não há lugar para prantos
Busto de Tamandaré
Passeio de andar a pé
Bessa, Poço e Intermares
E pra findar nossas máguas
Sereias saem das águas
Seduzindo em seus cantares.


Lagoa dos meus amores
Circulada de palmeiras
O Liceu com seu relógio
O mercado e suas feiras
Vejo o Pavilhão do Chá
É o mais bonito que há
E o Palácio Redenção
Casarão dos Azulejos
Festa das Neves, festejos
Com louvor e tradição.

O Teatro Santa Roza
Nosso palco mais famoso
Vejo o Paraíba Hotel
Com seu porte majestoso
Hotel Globo olhando o rio
E o secular casario
Telhados do Varadouro
Riqueza da nossa herança
Eterno em nossa lembrança
Do passado imorredouro.

Os paus d'arco majestosos
Com suas capas de ouro
Misericórdia e São Bento
São Francisco e seu tesouro
Pela Duque de Caxias
Eu passo todos os dias
Ouvindo a fala do povo
Sabor de caldo de cana
A fala paraibana
Quero sempre ouvir de novo

Os seus tipos populares
A negra Vassoura e Oscar
E o poeta Caixa Dágua
Sempre pronto a recitar
Cruz das Armas e Trincheiras
Miramar e Mangabeira
Mandacaru e Bancários
Roger e Castelo Branco
Valentina e Altiplano
E Expedicionários

Nossa principal riqueza
Vem dos nossos artesãos
Rendeiras, labirinteiras
Jóias feitas com as mãos
A literatura oral
Seu rico manancial
E os folhetos de cordel
Danças cocos e emboladas
Cantorias, cavalhadas
E a Barca e seu truléu...

Nossa bela capital
Extremo do continente
É o mais bonito postal
Deste Nordeste da gente
Erguida entre o bosque e o mar
É a “cidade-pomar”
Deus todo dia abençoa
Terra de risos e flores
Cidade dos meus amores
O teu nome é João Pessoa!

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