Que tanto é um homem
Se me cabe nas mãos
No rigor e na leveza
da palavra?
Se cabe no minuto do
meu pensar
E na eternidade da
minha dor?
Que tanto é um homem
Se me basta um meneio
Para percorrer seu
corpo
E uma lágrima
Para penetrar as
veredas de sua alma?
Que tanto é um homem
Se meu olhar vence a
fronteira
Desverticaliza a
cerca da diferença
E confunde sua
certeza?
Que tanto é um homem
Se arde meu sangue em
suas correntes
Carcereiras do
discurso de sua memória?
Que tanto é um homem
Se de sua covardia
Faço as janelas que
saem meu desejo?
Que tanto é
Que o meço assim
Em versos tão poucos?
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