"Tudo que
faz da carne um mistério inquietante,
languescências,
brancor de túmulos ao luar,
marfins de rosa
murcha, inerte e singular,
tudo o seu corpo
tem, de abandonada amante
Nimba-lhe a
fronte o horror. Quando emudece, o olhar
mostra a antiga
tortura eterna e alucinante,
porque os seus
olhos são dois tercetos de Dante
que Gustavo Doré
deixou por ilustrar!
Do gesto vão,
jamais de arremesso ou de assomo,
fez o esforço
brutal que dá glória ao perigo;
atrai assim,
contudo, a alma do sonhador,
Magnífica, fatal
e funerária como
hirta e nua, ao
entrar de um cenotáfio antigo,
uma estátua da
morte, um mármore de dor!"
(Do livro A Divina Quimera, 1916)
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