Invento a paz: panos brancos nas janelas.
Os burgueses da pensão estranham – canto.
Eu, que nunca cantei.
Atendo no balcão os mortos todos,
procurando achados e perdidos.
E vivo. Eu,
que nunca ousei.
O luto, que cobriu de negro
este quarto, hoje é passado.
Enterrado no quintal dos fundos.
Que as crianças entrem e desarrumem tudo,
rasgando em algazarra meus retratos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário