Por que celeste transtorno
tarda-me o cosmo do
sangue
o óleo grosso do
morto?
Por que ver pelo meu
olho?
Por que usar o meu
corpo?
Se eu sou vivo e ele
morto?
Por que pacto
inconsentido
(ou miserável acordo)
Aninhou-se em mim o
morto?
Que prazer mais
decomposto
faz do meu peito
intermédio
do peito ausente do
morto?
Por que a tara do
morto
é inserir sua pele
entre o meu e o outro
corpo.
Se for do gosto do
morto
o que como com
desgosto
come o morto em minha
boca.
Que secreto
desacordo!
ser apenas o
entreposto
de um corpo vivo e
outro morto!
Ele
é que é cheio, eu sou oco.
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