quinta-feira, 2 de agosto de 2018

O BALDE – Elizabeth Veiga

Recolhi num balde
um pouco de esperança:
era o menor oceano do mundo.

Vi as plantas raquitizando,
o chão queimava,
então brotaram meus soluços
sem sossego,
debulhando um canto.

Tanta secura a desfiar acrílica
estrídula,
me boiava uma lagoa no olhar
tudo era tanto, que sem saber onde,
nem poder guardar,
fiz de conta
que havia um verde longe,
um dedal de esperança
e não debalde.
Então me derramei
de amar.

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