segunda-feira, 13 de agosto de 2018

PASSATEMPO – Dulce Gracia Alonso Moron

Abro a gaveta junto à minha cama.
Ouço o grito sufocado que reclama
atenção aos guardados que se ama.

Velhas fotos não trazem mais
o perfume e a intimidade dos quintais
já inscritos na aura do jamais.

Alguém passou feito nuvem.
Da ausência calmamente surgem
cálidas falas qual contato de penugem.

Comporta de gaveta aberta,
a incerteza do tempo é certa
e esta dimensão me põe alerta.

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